A Arezzo & Co e o Grupo Soma devem anunciar um acordo nesta segunda-feira (5) para criar uma potência no cenário do varejo de moda. A fusão dos dois conglomerados resultará em uma empresa com um valor de mercado estimado em R$ 12 bilhões. Com essa união, o novo empreendimento será responsável por 22 marcas notáveis. Da parte da Arezzo, destacam-se marcas como Vans, Alexandre Birman e Schutz, enquanto o Grupo Soma contribui com marcas como Hering, Farm, Animale, entre outras.
A expectativa é que os executivos das duas empresas emitam uma declaração conjunta para abordar o surgimento dessa nova entidade comercial. Vale destacar que esta é a segunda vez que ambas as organizações buscam um acordo para a fusão de suas operações.
As conversas sobre a fusão iniciaram em 2021, mas perderam ímpeto ao longo do tempo, de acordo com fontes do mercado financeiro. Recentemente, as negociações ganharam fôlego, em parte, devido à iniciativa da Arezzo, conforme informam fontes relacionadas aos negócios.
Diante dos rumores de fusão no início da semana, o Grupo Soma confirmou, por meio de comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estava em conversas com a concorrente. O documento sugere que a associação pode ocorrer por meio da fusão de operações e bases acionárias, envolvendo as ações das respectivas companhias e a governança compartilhada do novo empreendimento.
A Arezzo também emitiu um comunicado durante a semana sobre o assunto, destacando que a empresa está em entendimentos com o Grupo Soma, avaliando uma possível associação que envolverá a unificação das bases acionárias em uma única companhia com governança compartilhada.
O mercado financeiro reagiu positivamente à possibilidade de união dos negócios. Após a divulgação de notícias sobre a fusão, as ações do Soma subiram mais de 16%, enquanto as da Arezzo registraram um aumento de mais de 12%, refletindo o otimismo dos investidores em relação à movimentação no setor de moda.
O professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, avalia que a decisão de unir os dois grupos é uma resposta a fatores como as dificuldades enfrentadas pelo setor de moda, a queda no valor de mercado das empresas individualmente e a entrada de novos competidores, como as gigantes asiáticas. Ele destaca que essa fusão segue o exemplo de outros grandes grupos de moda no exterior que uniram forças para fortalecer seus negócios.
No entanto, o especialista alerta que buscar sinergias entre marcas voltadas para públicos tão distintos, ou até mesmo entre marcas concorrentes, pode ser um desafio para a nova empresa. “Eles precisarão avaliar cuidadosamente o portfólio de marcas de ambos os grupos”, analisa Reis, enfatizando que a fusão de dois negócios de tal magnitude não é uma tarefa simples.
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