economia

De fato, há indícios de que a economia chinesa esteja enfrentando uma crise. Os dados relativos ao tráfego de carga nas ferrovias, consumo de energia, comércio exterior e preços dos ativos (ações e imóveis) não parecem alinhados com o anúncio do governo chinês de ter alcançado a meta de crescimento real de 5,5% para o PIB em 2023.

Para o Brasil, é crucial avaliar a gravidade e a duração dessa crise na China, pois, dependendo dessas características, os impactos em nossa economia serão diferentes, até opostos.

Caso a crise na China se mantenha moderada, poderá até mesmo trazer alguns efeitos positivos para o Brasil. Por exemplo, um estudo realizado pela LCA Consultores, utilizando um modelo estatístico com excelente capacidade preditiva, indicou que, se as projeções de consenso para a taxa de câmbio nos próximos dois anos (R$ 4,95 a R$ 5,00) e para as cotações das principais commodities se confirmarem, os preços ao produtor (IPA), apurados pela Fundação Getulio Vargas, deverão registrar deflação de 3% em 2024 e de 1,6% em 2025. Isso, não contemplado nas expectativas do mercado financeiro, certamente contribuiria para a convergência da inflação ao consumidor (IPCA) às metas, tanto neste quanto no próximo ano.

No entanto, é possível que a crise chinesa seja severa, com quedas mais acentuadas e persistentes na taxa de crescimento, mesmo que as estatísticas oficiais relacionadas ao PIB não reflitam claramente essa situação. Nesse caso, o aumento da aversão ao risco e a diminuição do apetite externo para investimentos em países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil, poderiam ocasionar uma depreciação cambial mais intensa, ultrapassando a queda das cotações internacionais das commodities, principalmente as agrícolas, que possuem baixa elasticidade-renda.

Nessa hipótese, o efeito inflacionário da taxa de câmbio tenderia a predominar, já que afetaria não apenas o preço dos alimentos, mas também componentes, matérias-primas e diversos bens de consumo final. Tudo considerado, seria uma situação desfavorável para o Brasil: mais pressões inflacionárias e menor crescimento econômico.

O cenário delineado no parágrafo anterior não parece ser o mais provável, mas é completamente plausível, especialmente se Donald Trump for reeleito presidente dos Estados Unidos. Robert Lighthizer, um dos principais assessores em política comercial do candidato republicano, é um crítico ferrenho da China.

Para lidar com um risco externo dessa magnitude, cabe ao Brasil adotar uma política fiscal responsável e seguir uma abordagem gradual na flexibilização monetária.

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