Tesouro Direto

 

No contexto político-econômico, o Tesouro Direto representa uma das formas de captação de recursos para o Governo honrar a dívida pública nacional. Ao optar por investir nesse programa, adquirindo títulos, você está contribuindo com os fundos públicos para reduzir o endividamento do país e manter a continuidade dos projetos governamentais.

O Programa do Tesouro Nacional, que inclui o Tesouro Direto, foi estabelecido em 2002 através de uma colaboração com a bolsa de valores BM&F Bovespa, permitindo aos cidadãos brasileiros comprar títulos da dívida pública de forma online, com investimento inicial de apenas R$ 30,00. Ao investir em um título público, você está efetivamente emprestando recursos ao Estado para que o governo possa cobrir suas despesas públicas. Em troca, o governo compromete-se a reembolsar o valor do empréstimo acrescido dos juros determinados pela taxa Selic, que é a taxa de referência estipulada pelo governo para o mercado financeiro (bancos, corretoras, etc.).

Diferenças entre o Tesouro Direto e a Poupança

A distinção fundamental entre investir na poupança e no Tesouro Direto reside no destino do seu dinheiro: na poupança, você empresta ao banco; no Tesouro Direto, ao Estado. Além disso, o Tesouro Direto oferece rendimento diário. Por exemplo, o Tesouro Selic (um dos títulos disponíveis) possui liquidez diária, o que significa que, independentemente do dia em que você resgatar o investimento, receberá um retorno proporcional.

Por outro lado, a poupança rende mensalmente, o que implica que você só receberá o lucro correspondente ao mês se aguardar o “aniversário” da poupança. Contudo, ao resgatar valores da poupança, não há incidência de imposto de renda, enquanto no Tesouro Direto é necessário declarar.

No início de 2018, o país contava com cerca de 62,6 milhões de contas poupança, representando 85% dos investidores brasileiros. Com a redução da taxa Selic determinada pelo governo, a poupança tornou-se menos atrativa, levando a um aumento na procura por investimentos no Tesouro Direto.

Ambos são considerados investimentos de baixo risco, mas a rentabilidade dos títulos públicos, como os oferecidos pelo Tesouro Direto, tende a ser superior à da poupança.

Por que o Tesouro Direto rende mais que a poupança?

Em termos de rendimento, os ganhos provenientes da poupança podem ser calculados da seguinte forma:

Se a Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança corresponde a 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (T.R.); Se a Selic for superior a 8,5%, a poupança rende 0,5% ao mês mais a T.R. Por outro lado, no Tesouro Direto, o rendimento varia de acordo com o título escolhido. Por exemplo, no Tesouro Selic, os ganhos dependem de uma taxa definida acrescida da variação da taxa Selic no dia. Investimentos em títulos como esse tendem a ser mais lucrativos que a poupança, especialmente em cenários econômicos desfavoráveis nos quais a rentabilidade da poupança pode ser inferior à inflação, resultando em perda de valor real. O Tesouro Direto oferece proteção adicional, pois seu rendimento depende de fatores além da inflação, reduzindo o risco de perdas.

Qual é o investimento mais seguro?

Como todo investimento visa gerar retorno, muitos investidores procuram garantias quanto à segurança de seu capital. No caso da poupança, essa garantia é oferecida pelos bancos por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Já o Tesouro Direto possui respaldo do Tesouro Nacional, ou seja, do governo brasileiro, o que leva muitos a considerá-lo mais seguro que a poupança, pois em situações extremas, é mais provável que os bancos enfrentem dificuldades financeiras antes do governo nacional.

Como investir no Tesouro Direto?

O primeiro passo para se tornar um investidor do Tesouro Direto é possuir um CPF e abrir uma conta corrente em uma instituição financeira. Em seguida, você deve se cadastrar em um banco ou corretora habilitados para intermediar seus investimentos no Tesouro Direto, conhecidos como agentes de custódia. Após o cadastramento, você pode realizar seus investimentos pelo site do Tesouro Direto ou diretamente com o agente de custódia escolhido. Com os aspectos burocráticos resolvidos, o próximo passo é selecionar o título no qual investir, levando em conta seus objetivos e horizonte de investimento. Para orientações financeiras, o Tesouro Nacional disponibiliza informações relevantes.

Títulos disponíveis

Na escolha do título para investir, é essencial considerar seus objetivos e o prazo de investimento desejado. Existem títulos públicos pós-fixados, que permitem o resgate a qualquer momento com rendimento atrativo. Exemplos incluem o Tesouro Selic (vinculado à taxa Selic) e o Tesouro IPCA+ (que protege o investimento da inflação).

Entre os títulos prefixados, o Tesouro Direto oferece opções como o Tesouro Prefixado e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, cuja rentabilidade é predefinida pelo Tesouro Nacional, sendo ideais para quem busca certeza quanto ao retorno até o vencimento do título.

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